Foi-se o tempo em que o RH era responsável apenas por tarefas burocráticas relacionadas ao quadro de funcionários da empresa. No cenário atual, o setor assumiu um papel estratégico dentro das organizações e passou a ser considerado fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Com essa mudança, o profissional de Recursos Humanos precisa desenvolver novas competências profissionais, ligadas a habilidades gerenciais.
Entre as atribuições do “novo RH” estão o planejamento de cargos e salários, a capacitação dos profissionais e a gestão do clima organizacional. O setor funciona como um elo entre a empresa e os colaboradores, atendendo aos mais diversos tipos de interesses.
Neste post, listamos e explicamos as onze principais competências profissionais exigidas no RH para atingir esses objetivos. Confira a seguir!
Você vai ver:
ToggleQuais as competências de um profissional de Recursos Humanos?
Para a função, deve-se estar atento a todas as características do profissional que busca por uma vaga no setor de RH. Para isso vamos mostrar alguns atributos que a pessoa deve ter.
1. Capacidade de liderança
O RH está diariamente em contato com funcionários de todos os níveis da empresa, organizando treinamentos, eventos e outras atividades que capacitem e engajem os colaboradores. Para que tudo isso traga resultados, a capacidade de liderança é uma das competências mais importantes no profissional desse setor.
Além disso, um bom líder é aquele que sabe se comunicar, trabalhar em equipe e inspirar os funcionários a darem o melhor de si por um propósito em comum. Imagine, por exemplo, tentar colocar em prática uma mudança de cultura organizacional sem ter essas habilidades? Dificilmente daria certo, pois um projeto desses requer muito cuidado e credibilidade. Portanto, é fundamental despertar o líder que há em todo gestor de RH.
2. Visão estratégica
O bom profissional de Recursos Humanos precisa enxergar além do óbvio. Por atuar em uma área estratégica, é preciso observar os mínimos detalhes de qualquer situação, pois uma informação que ninguém percebeu pode ser a chave para melhorar os resultados da empresa.
Por exemplo: se uma equipe está produzindo abaixo do esperado, como agir? É preciso colher dados sobre o desempenho diário dos profissionais e observar suas falhas e acertos. Dessa forma, será possível montar um programa de treinamentos que capacite esses funcionários e aumente a sua produtividade.
Outra situação que requer visão estratégica é a contratação de novos talentos. Quando o RH observa apenas o currículo e as habilidades técnicas, corre o risco de trazer para a empresa alguém com muita experiência, mas que não tenha as competências comportamentais necessárias para a cultura da organização.
3. Gestão de compliance
Também é papel dos Recursos Humanos garantir que tanto a lei quanto os regulamentos internos sejam cumpridos por todos os funcionários. Para isso, é preciso trabalhar em conjunto com a área jurídica e criar campanhas para divulgar as diretrizes da organização a todos os colaboradores. Isso inclui, por exemplo, normas de segurança, informações confidenciais e protocolos que precisam ser seguidos nos processos da organização.
4. Inteligência emocional
Por lidar com gestão de pessoas, o RH é uma área que enfrenta diversos tipos de problemas todos os dias. Podem ocorrer adversidades em processos de recrutamento, avaliação de funcionários ou crises de relacionamento entre chefes e subordinados, entre outros exemplos. Portanto, ter inteligência emocional e persistência para superar cada um desses obstáculos é fundamental.
Entenda que uma empresa é um organismo vivo, cheio de paradoxos. Com isso em mente, fica mais fácil agir com calma e conseguir lidar com todas as transformações estruturais e diferenças pessoais que certamente surgirão no dia a dia.
5. Administração de recompensas
Saber recompensar os funcionários, financeiramente ou não, é de extrema importância para o profissional de RH. É preciso um trabalho minucioso de análise de mercado e pesquisas internas para montar um pacote de remuneração e benefícios que seja atrativo para os colaboradores.
Premiar o bom desempenho também é necessário, pois valoriza o funcionário e aumenta seu engajamento com a empresa. Bônus salariais, viagens ou até mesmo um reconhecimento público são ótimas maneiras de dar motivação extra a quem gerou bons resultados.
6. Gerenciamento de riscos
O gestor de Recursos Humanos tem dois papéis no gerenciamento de riscos. Primeiro, saber que as pessoas são uma fonte de risco, por exemplo: funcionários que faltam, outros que fazem um trabalho desleixado, um funcionário que se recusa a assumir responsabilidades adicionais ou um colaborador-chave deixando a empresa dois meses após a conclusão de um programa de treinamento de um ano. Com tudo isso, é preciso saber encontrar uma saída imediata para cada situação.
Em segundo lugar, deve-se reconhecer que os colaboradores são importantes no tratamento de riscos. Por exemplo, profissionais podem usar sua engenhosidade para resolver problemas inesperados, um funcionário-chave pode redesenhar seu próprio trabalho para evitar atrasos desnecessários, ou um colaborador pode convencer um amigo talentoso a se candidatar a um cargo no negócio.
7. Flexibilidade
Envolve imaginar diferentes caminhos para resolver os problemas que surgem na empresa. A habilidade compreende divulgar os interesses profissionais e pessoais, se relacionar com pessoas que desafiam suas visões de mundo e sair da zona de conforto.
Portanto, quanto mais flexível um gestor de RH é, mais facilmente ele será capaz de enxergar novos padrões e fazer associações únicas entre ideias. Em síntese, é esse tipo de atitude que as empresas estão à procura ansiosamente.
8. Criatividade
Essa é uma das qualidades profissionais por meio da qual o colaborador mostra sua capacidade de inovação para propor soluções, criar oportunidades e ousar fazer diferente. As pessoas criativas conseguem identificar alternativas e resoluções para impasses que possam ocorrer dentro da empresa, além de terem o talento para elaborar novos métodos de trabalho e até mesmo novos serviços ou produtos, que podem ser ofertados aos clientes como resposta cada vez mais adequada a seus anseios e necessidades.
9. Fácil comunicação
O erro de comunicação é uma das principais causas de problemas organizacionais. Logo, é determinante para o gestor que procura se destacar utilizar bem a oratória para expor suas ideias com transparência e de forma clara, de maneira que seu comunicado seja bem compreendido, tanto por seus clientes como por seus colegas de trabalho e demais pessoas com as quais tenha relação profissional.
10. Espírito de equipe
Embora as atividades de formação de equipes possam parecer clichê, elas ainda são uma maneira muito popular e eficaz de melhorar o espírito de equipe de sua organização, definir papéis da equipe e incentivar a colaboração e cooperação entre seus funcionários. Assim, o profissional capacitado e qualificado saberá trabalhar bem sua equipe e um trabalhará pelo outro.
Os tipos de atividades de formação de espírito de equipe que um bom colaborador pode considerar para consolidar seu time:
- atividades de solução de problemas: sua equipe é um desafio, como construir um abrigo de sobrevivência com recursos limitados, e deve trabalhar em conjunto para desenvolver um plano e atingir o objetivo juntos;
- atividades de definição de objetivos: solicita-se aos membros da equipe que planejem um projeto, incluindo a definição dos resultados e medidas de sucesso, para promover a importância de objetivos claros da equipe;
- atividades baseadas em funções: cada funcionário recebe um papel claramente definido em um desafio baseado em equipe, para enfatizar a importância de se concentrar no próprio papel na consecução de um objetivo de equipe;
- atividades baseadas em comunicação: os funcionários são desafiados a atingir uma meta de equipe por meio da comunicação, como projetar e fazer uma apresentação em grupo, para enfatizar a importância das habilidades interpessoais.
Dessa forma, seu time se sentirá mais útil ao conhecer melhor a política da empresa e saber que todos trabalham por um só objetivo em comum.
11. Rapidez e eficácia nas escolhas
Há muita tomada de decisão rápida envolvida no RH. Um bom exemplo é durante o processo de recrutamento, em que eles precisam decidir se o candidato é o adequado para a função ou não. Reconhecer bons talentos não é algo que você possa aprender facilmente. Requer estratégia, experiência e intuição. Isso é algo que um gerente de RH deve ter.
Outro exemplo é quando se depara com o dilema de redução de tamanho. Será parte do papel do RH transmitir a mensagem de maneira eficiente, mesmo em meio a uma crise. Como tal, todos os gerentes de RH devem ser tomadores de decisão sólidos para apoiar funções organizacionais críticas como essas.
Quais características não são compatíveis com esse profissional?
Nesse sentido, veremos agora uma síntese do perfil incompatível com o gestor de RH para os dias atuais e futuros:
- tem medo de perder o controle;
- pensa que somente ele tem a melhor abordagem para cada atividade;
- nunca está disposto a negociar;
- suspeita que a equipe desperdiça tempo e dinheiro;
- adora fazer reuniões desnecessárias;
- todo mundo tem tempo, menos ele.
Então, se você se identificou com todas ou algumas dessas características, fique alerta. É preciso mudar para que seu setor de RH e os colaboradores cresçam e sejam bem-sucedidos.
Como desenvolver as competências comportamentais?
O profissional de Recursos Humanos que apresenta a maioria ou todas entre aquelas boas competências consegue ser destaque no mercado, já que auxilia a empresa onde trabalha a expandir e atingir o sucesso. Isso ajuda para que eles sejam extremamente disputados e valorizados pelas instituições, que têm investido cada vez mais em profissionais desse perfil.
Se você deseja se destacar também nesse sentido, confira agora os elementos para desenvolver as suas competências comportamentais. Vejamos:
- trabalhe o seu autoconhecimento;
- aprimore seus conhecimentos;
- participe de palestras e eventos;
- desenvolva o seu networking.
Como avaliar as competências no processo de recrutamento e seleção?
Uma entrevista com o time de Recursos Humanos é a oportunidade perfeita para determinar se um candidato é o ajuste certo. Existem várias maneiras de fazer isso, mas aqui estão alguns truques criativos:
Observe a linguagem corporal do candidato
Eles fazem contato visual? Eles estão quase se escondendo na jaqueta? A maneira como o candidato se comporta em uma situação de alto estresse dá uma espiada em suas respostas sob pressão.
Procure habilidades de resolução de problemas
Independentemente do seu setor, é importante contratar funcionários que possam apresentar soluções exclusivas para os problemas da empresa. Você pode jogar uma bola curva para eles e fazer uma pergunta como “por que as tampas de bueiro são redondas?”
Ou use uma abordagem menos intimidadora, fornecendo um exemplo de problema no local de trabalho e solicitando que expliquem como responderiam. Esteja ciente de que a resposta pode não ser completa, dadas as restrições de tempo, mas ajudará a determinar suas habilidades de resolução de problemas.
Examine como eles tratam os demais colaboradores
Os entrevistados quase sempre terão seu melhor comportamento com o entrevistador, mas como eles tratam outras pessoas na sua empresa? Eles são educados com sua recepcionista? Eles conversam um pouco com a pessoa que faz um tour pelo escritório? É importante determinar se seu novo contratado em potencial tenha o perfil que você espera antes que seja tarde demais!
Neste texto, você conheceu as principais competências profissionais exigidas para o profissional Recursos Humanos. Agora é só colocá-las em prática, sempre lembrando que a equipe precisa estar em constante atualização e desenvolvendo novas capacidades.
Gostou do post? Aproveite para aumentar seu conhecimento ao ler nosso artigo: Seleção de executivos para cargos e Como transformar o talento em um profissional qualificado.