Eles chegaram aos 60 anos, mas não querem parar, principalmente quando o assunto é trabalho. E é cada vez mais notória a participação de profissionais mais velhos no mercado. Um caminho que vem se abrindo com o crescimento da longevidade, mas que ainda enfrenta muitos desafios.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) apontam que o número de pessoas acima de 60 anos no mercado de trabalho do Espírito Santo já passa de 165 mil, conforme mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do segundo semestre de 2020. Isso representa 8,6% de um total de 1.898.000 de trabalhadores no estado. No primeiro trimestre de 2019, o grupo somava 157 mil.
Experiência é um atrativo
Os profissionais com mais de 60 estão, em sua maioria, nos setores de serviços e varejo, na linha de frente do atendimento ao público. E isso tem um motivo: a experiência de vida faz deles mais tolerantes e acolhedores.
“A sabedoria que eles trazem dessa vivência é um grande diferencial dessa geração. E muitas vezes, as empresas agregam essas pessoas aos seus quadros de trabalho para equacionar as gerações e aproveitar o que os mais velhos têm para ensinar aos mais novos”, explica Jaciara Pinheiro, diretora técnica da RHOPEN Consultoria.
Mas nem tudo são flores. Quem quer permanecer ativo precisa também estar qualificado, principalmente em um mercado cada vez mais competitivo. E não ficar parado é a palavra de ordem. Um dos principais desafios nessa idade, segundo Jaciara, é continuar se capacitando e não se fechar aos novos desafios, principalmente acompanhando a tecnologia.
“Os idosos que querem se manter no mercado de trabalho não podem perder contato com a área que ele tem afinidade. Precisam se reciclar e aprender outras coisas. Saber lidar com rede social e programas, como Power Point, Power BI e Excel, é fundamental”.
Mas também é preciso saber equilibrar a carreira com a nova fase da vida, que geralmente requer mais tranquilidade. “É claro que para algumas pessoas que estão nesse grupo, trabalhar é uma necessidade financeira. Mas, para outras, é uma forma de ocupar o tempo ocioso. Nesses dois casos, a dica é equilibrar o tempo de trabalho com o merecido descanso também”, explica.